Desde o início de 2019, nós, da Latinmed, traçamos um planejamento para a comunicação da agência e determinamos alguns eventos dos quais participaríamos ao longo do ano. Um deles foi o Web Summit, em Lisboa, que ocorreu entre os dias 4 e 7 de novembro. Já ouviu falar? É uma das maiores conferências de negócios, tecnologia e inovação do mundo.
Ainda em abril definimos que quatro pessoas da equipe estariam presentes nesta edição, a fim de aproveitar o máximo possível do que fosse apresentado por lá. Ainda assim, com tanta coisa rolando ao mesmo tempo, seria muita pretensão querer elaborar um resumo de tudo o que aconteceu.
Muito disso se dá pelo fato de que o Web Summit se assemelha muito ao que vivemos nos dias de hoje: informações apresentadas de maneira simultânea, e vindas de diferentes fontes, que nos criam a sensação de que jamais conseguiremos acompanhar tudo o que o mundo digital oferece em inovação e tecnologia.
Foram quatro dias intensos em meio a palestras, entrevistas, workshops e expositores de startups. Tudo ocorrendo ao mesmo tempo em diferentes ambientes, quase sem intervalos, em formatos que, em geral, ocupavam de 15 a 20 minutos. Diante de tanto, a opção foi criar um planejamento para acompanhar aquilo que julgamos mais relevante para a realidade da nossa agência e dos nossos clientes.
Destaques do Web Summit
Edward Snowden e a segurança da informação
O ex-analista da Agência Nacional de Segurança Americana foi destaque da abertura do evento. Em entrevista ao editor global do The Bureau of Investigative Journalism, James Ball, ele falou sobre segurança da informação e sobre como as próximas gerações serão impactadas pelo acesso irrestrito aos dados. Segundo Snowden, não se deve confiar na lei ou na internet e é preciso que todos se protejam. Para ele, a manipulação não é referente à dados, mas sim às pessoas.
Guo Ping e a tecnologia 5G
Entre os representantes das gigantes chinesas, Guo Ping, do conselho da Huawei, tratou de como a tecnologia 5G deve afetar a indústria. Durante sua apresentação, houve a exibição de um vídeo sobre como a tecnologia pode ajudar no diagnóstico médico para a perda de visão, por exemplo.
Bate-papo sobre a reinvenção de marcas na era digital
Muito se falou também sobre a reivenção de marcas na era digital. Esse foi o tema, inclusive, do papo entre Barbara Martin Coppola, CDO da Ikea; Kristin Lemkau, CMO da JPMorgan Chase e Lei Cheng, âncora do canal CGTN Europe.
Em dado momento, a fala de Kristin Lemkau chamou bastante a atenção. Segundo ela, é importante que as empresas mudem o foco no cliente para o foco nas pessoas e que essas realmente tenham um efeito positivo na sociedade. Em resumo, o que se espera é que as empresas se adaptem à realidade e ao propósito de seus consumidores, que se tornou muito mais evidente na era digital.
Objetivo da campanha e o trabalho dos influenciadores
Os influencers também não ficaram de fora desta edição. Caspar Lee e Ben Jeffries, co-fundadores da Influencer.com e Rachel Waller, vice-presidente da Burberry conversaram sobre como conquistar marcas e influenciar pessoas. Os representantes da Influencer.com, agência que funciona de ponte entre estrelas das redes sociais e marcas que pretendem ter uma presença mais forte nessas redes, destacaram que é preciso ter bastante claro, antes de qualquer coisa, qual o objetivo da campanha.
É preciso saber se o que se espera alcançar são conversões, engajamento etc. e estar atento aos KPIs. Jeffries ressaltou ainda que se os influenciadores não partilham dos valores da marca, perde-se o impacto e a autenticidade.
Storytelling e a importância da mensagem
Storytelling foi outra palavra bastante lembrada durante o evento. Neste caso, destaque para a apresentação de Graham McDonnell, diretor criativo da agência in-house do New York Times. McDonnell aproveitou para questionar se não estamos priorizando os formatos em detrimento das histórias. Ele afirma que os formatos são importantes, mas que não podemos deixar que a mensagem se enfraqueça.
As redes sociais de 2019
Por falar em plataforma, quando se fala em social media, uma não basta. Erika Elen, da Vice, comandou o papo com Larry Fitzgibbon, co-fundador da Tastemade, Victoriya Bolkag, Ceo da United Group e Kelly Bales, diretora executiva da Condé Naste Enterteinment. A discussão foi sobre os caminhos das mídias multiplataformas. Instagram, IGTV, Youtube, Pinterest e Tik Tok foram destacados durante a conversa.
Design cross-platform na jornada do cliente
Ainda falando em multiplataforma, Tim Kobe, responsável por criar o conceito da primeira Apple Store, falou sobre o design cross-plataform e como as marcas continuarão vendendo em todos os meios de comunicação. Hoje, mais do que qualquer coisa, é preciso criar conexão entre os conteúdos fazendo com que eles se completem. Ou seja, esqueça a ideia de replicar a mesma coisa em diferentes canais. É preciso pensar na jornada do cliente.
Robôs vão dominar o mundo?
E, como não podia deixar de ser, se falou muito também sobre machine learning, inteligência artificial e inovação. Robôs que interagiam com humanos eram vistos nas áreas de stands das startups, mas, mais do que isso, ficou evidente uma preocupação sobre o uso dessa tecnologia, sobretudo na fala de Brad Smith, presidente da Microsoft. Para ele, é importante que o setor de tecnologia se aproxime cada vez mais do setor público para que o avanço tecnológico não se torne um risco para a sociedade.
Produção de conteúdo de qualidade
Entre os brasileiros, Fernando Machado, VP da rede Burger King, foi um dos que esteve em diferentes painéis. Além de lembrar que é importante investir tanto em qualidade quanto em quantidade quando se fala em produção de conteúdo, ele afirmou que é preciso encarar a falha como uma plataforma para o sucesso. A ideia é criar uma cultura de aprendizado que permitam aos negócios inovarem e se desenvolverem com maior velocidade.
Isso tudo foi apenas um pouco do olhar que tivemos durante os dias de evento. O que deu para sentir, além do acolhimento do povo português, é que mesmo com tanta informação e tecnologia, continuarão a ser as pessoas as responsáveis por construir não apenas negócios, mas relações baseadas em ética e preocupação real com outras pessoas.
E que venha 2020.
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