Embora as mulheres tenham realizado muitas conquistas nos últimos 100 anos, a desigualdade econômica, social e cultural delas em relação aos homens ainda assusta. De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, os homens recebem salários até 30% mais altos do que mulheres na mesma função no Brasil.
Essa também foi a percepção de uma executiva brasileira. Denise Damiani, engenheira elétrica formada pela Poli – USP e com MBA em Harvard, foi sócia e conselheira da Accenture e Bain&Co e fez uma pesquisa dentro da própria empresa sobre a carreira das mulheres. O início foi dado após um relatório que divulgava que – apesar de metade das colaboradoras serem mulheres – apenas 3% delas chegavam aos cargos de presidência ou à sociedade.
Preconceito por ser mulher
O número alarmante revelou outro fato: essas mulheres não deixavam de ocupar cargos altos por incompetência ou por falta de trabalho. O motivo era um só: o preconceito externo (dos outros colaboradores) e interno (dela mesma). Segundo a conselheira, o medo de fracassar e perder o emprego era o que mais impedia que essas mulheres avançassem na carreira. Além disso, a falta de dinheiro também as impede de arriscar mais.
E o motivo é simples: a mulher ganha menos, porém vive mais, o que a faz gastar mais e investir menos. Pensando nisso, a executiva criou a política do GGI: o quanto ganho X o quanto gasto X o quanto é investido. Unir os três é a chave para conseguir o controle financeiro e a estabilidade. A partir daí, é possível começar a arriscar mais e, quem sabe, ocupar um cargo de chefia.
Confira outros dados sobre a realidade atual da mulher no mundo corporativo:
- Taxa global de participação das mulheres na força de trabalho ficou em 48,5% em 2018, 26,5 pontos percentuais abaixo da taxa dos homens, segundo a Organização Internacional do Trabalho.
- Mais de 35% das entrevistadas (pesquisa “Perfil da mulher: novos papéis”, de Mind Miners) já teve sua capacidade profissional rebaixada por ser mulher.
Assédio no trabalho
Além das oportunidades limitantes, outro tema corporativo importante é o assédio no ambiente de trabalho. Movimentos em Hollywood e outros espaços aumentaram a discussão e trouxeram à tona histórias de assédio sexual e moral no trabalho. Esse é um fator grave que dificulta a ascensão de mulheres nas empresas.
Portanto, é possível ver que há anos, as mulheres lutam por seu espaço no mercado de trabalho. Houve conquistas, porém, o caminho para a real igualdade entre os gêneros ainda é longa.